Um brinde à VIDA que nos desafia!
60 anos são aproximadamente 720 meses, 21 915 dias, 31 557 600 minutos e todo o tempo que ainda está por vir. Este é o tempo como grandeza física no nosso quotidiano, companheiro inseparável do dia a dia. Podemos ordená-lo em sequências e estabelecer um passado, um presente e um futuro. Ele é singular, ocorre somente uma única vez e cria um fluxo infinito de movimentos e de mudanças que nos permitem criar cronologias.
Dito assim, o tempo até parece algo simples. Mas medi-lo significa bem mais do que o que o relógio e os calendários nos dizem. Temos os tempos verbais, avaliamos o tempo atmosférico, utilizamos expressões como “matar o tempo”, “ter tempo”, “perder tempo”, “no meu tempo”, “dar um tempo”, “pedir um tempo”… Mas há mais tempo para além destes. Existe um outro. O tempo da, e na música. Não se trata apenas de dividir uma música, de medir a distância entre um som e uma pausa, de determinar o início de um próximo som, a duração dele ou o espaço entre esse som e o próximo. Trata-se de um tempo musical em que a duração de cada compasso, com diferentes andamentos, escreveu a nossa história. Fazemos 60 anos de tempos musicais!
Fazer 60 anos pode ser considerado um marco de maturidade, onde a nossa história foi escrita em pautas com as notas que nos dão a harmonia de sermos quem somos. 60 anos serão seguramente a associação entre a inspiração, a arte, o tempo e a música que nos permite ter um ritmo, uma forma musical de nos organizamos em sons e pausas sonoras no tempo.
Mas o tempo é relativo e sentimos que 60 anos ainda não é tempo suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos. Continuamos a dar passos, a viver dúvidas, a traçar possibilidades do caminho a seguir, aprendendo com cada erro cometido. São eles que nos tornam mais fortes e nos dão a certeza do que ainda há por fazer e do que queremos ser.
Brindemos então à nossa História, às pessoas que nos possibilitaram evoluir, às pessoas com quem nos cruzámos, às vozes que nos responderam, à força e ao brilho dos corações que acolheram, aos olhares calorosos que nos aqueceram, aos sorrisos que nos iluminaram e à coragem e sonhos que partilhámos. Mas brindemos também aos momentos de desânimo, aos de nostalgia, às dúvidas e incertezas, aos problemas e ao medo que, em vez de nos paralisar, nos uniu e só nos deu mais força e certeza de que queremos continuar a construir novos caminhos e a desenhar novas possibilidades.
Brindemos então aos 60, não em tempo físico ou idade, mas como a possibilidade de nos reinventarmos a cada momento para sermos a Música que gostamos de ouvir e que nos faz crescer juntos.
Brindemos hoje a cada segundo que vivemos e a cada dia em que começamos de novo, como se cada um fosse a liberdade de crescermos num futuro sem idade e sem tempo.
Um brinde aos 60! Um brinde ao Ontem, ao Hoje e ao Amanhã!
Um brinde pela Vida e pela Academia!
Um brinde à VIDA que nos desafia!
Professora Isabel Gomes (Teacher Isabel 🙂